o nosso modo de vida é baseado na herança, e olha no que deu.
a lata de coca-cola que eu tomo concentra a alegria da destruição perene, não biodegradável, que resume o ocidente.
os dinossauros, muito mais bem-sucedidos que a gente em termos cronológicos, conspiraram: não vamos deixar nada pro futuro, nenhuma invenção duradoura, quem vier terá que sujar as mãos e quebrar a cabeça pra achar nos poucos ossos que restarem algum indício da nossa civilização.
o desmatamento tem revelado na amazônia antimonumentos de sociedades que morreram e que não deixaram selfies nem testamentos, e sim uma floresta plantada pelo anonimato.
se a gente ainda tiver alguma chance, ela está na abdicação de todas as vontades de legado. o tempo é que vai dizer qual sobrevida vale a pena. se deixar morrer é o único jeito de continuar vivo
terça-feira, 26 de março de 2019
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