domingo, 28 de dezembro de 2008

pastiches et mélanges

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faço o novo descosturando textos velhos / poulet: o pastiche é o primeiro ato crítico: a vontade de imitar, ser o outro / reforjar o ouro

xxx

dentadura perfeita, ouve-me bem:
não chegarás a lugar algum.
são tomates e cebolas que nos sustentam,
e ervilhas e cenouras, dentadura perfeita.
ah, sim, shakespeare é muito bom,
mas e beterrabas e chicória e agrião?
e arroz, couve e feijão?

o rilke shake é meio que: sai pra lá shakespeare gertrude stein "eu peço um rilke shake/ engulo um toasted blake/ e danço que nem dervixe" evocando essa galera ao mesmo tempo em que diz mas gente eu não quero ela ou quero só um pouco o tanto for preciso pra fazer bonito

em a teus pés as citações são mais fugazes, vêm pouco nomeadas ou então cifradas. mas qualquer manual de pós-modernidade vai dizer isso.

É de propósito? Medo de dar bandeira? Ouça muito Roberto: quase chamei você mas olhei para mim mesmo etc. Já tirei as letras que você pediu.

xxx


inscrever o texto na roda de leituras: destinatários sempre em vista: xs leitorxs possíveis, xs escritorxs que você tenta bater. ninguém quer agradas a gregos e troianos: com livro em mão,na frente da televisão, cada um sabe muito bem pra que time torce. e de quem quer receber a carícia no dorso.


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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

balões incendiados / coisas que caem do céu

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agora eu não falo do livro-produto tão bem pensado pela artífice.

livro póstumo é raspas e restos me interessam, mas não interessavam pra ela desse jeito.


I

a gente sempre acha que é
Fernando Pessoa

Eu estilhaçado, eu monumento. A marca mais valiosa do mundo é "Google", que sem patrimônio físico, apenas logotipo, custa mais de 60 bilhões de dólares [2007, ranking BrandZ].

II

10.1.82: "Angústia é fala entupida". Então se desentope: em A teus pés [agora sim] verborragia conversa de senhoras descontrole do ouvido em multidão. Diferente da voz endiabrada do Cazuza, com letras egogênicas unitárias mas figuras incendiadas performance do fogo, fogo do começo. Angústia é pretensão de quem fica/ escondido fazendo fita.

Ana C também:


Lá onde cruzo com a modernidade e meu pensamento passa como
um raio, a pedra no caminho é o time que você tira de campo.

Não tem impedimentos.

a red yes !


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domingo, 21 de dezembro de 2008

A viagem de Chihiro

com o Belo

guarda o seu nome pra voltar pra casa xxx a plenitude do que faz sentido xxx não há tempo pra rancor medo xxx não há tempo pro pensamento perdido xxx desejo é fazer o movimento xxx vem comigo no caminho eu te explico xxx tudo o que pede requer ação xxx seja porco monstro ou dragão xxx todo vivo um impasse velado xxx não caminha solitário xxx só me sou na relação xxx meu nome está dentro de você xxx o seu no rio em que eu caí xxx todo vivo um espírito pesado xxx todo vivo um banho tomado xxx todo ouro revelado barro xxx aqui não há cartão de crédito xxx aqui não há cinto de segurança xxx el camino se hace al caminar xxx dá a mão se quiser alcançar xxx o fim do feitiço de zeniba xxx o presente que diz obrigado xxx é a ilusão que te faz enxergar xxx os espíritos viajam também xxx atenção xxx e o trem no mar




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sábado, 20 de dezembro de 2008

a vaca que ri

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ela produz as entrelinhas em que você vai passar o seu dia, medusa libertadora, você vive no pastiche, ela vai lá pega o momento e diz "tá aqui a epígrafe". uma poesia só de epígrafes: como não amá-la? se eu só for possível com uma frase lapidar, com canção-tema-de-novela, essas verdades sintéticas que fazem chorar. "Autobiografia. Não, biografia. Mulher.", todo o arroto de cultura, o índice onomástico, ainda mais cifrado, cérebro esfinge e seios fartos, quem não beberá das tuas tetas, vaca sagrada, sua vaca, cotidiano permeado de poesia pedra de toque mote da vida, pensa em toda a psicanálise hoje em dia, há espaço para não haver ana cristina? singularidade do sujeito, contra-cultura pop que me livra, castelo de ilusões, floresta de espelhos, anjo? que extermina a dor.



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