domingo, 3 de maio de 2009

Contato

O que aconteceria se os astrônomos descobrissem, vindos do universo que não é nosso, sinais de vida inteligente? E se esses sinais não fossem conquistados por nós, mas nos achassem? E se houvesse alguma intenção - que não a nossa?

Não sei muito sobre a vida de Carl Sagan, mas me parece que Contato foi o seu único trabalho de ficção. E, ultimamente, é o livro que eu elegeria para me acompanhar numa ilha deserta. É um romance difícil de classificar, principalmente porque ficção científica é um rótulo geralmente dado a histórias fantasiosas demais, onde os seres humanos são muito melhores (ao menos tecnologicamente) do que no tempo em que o autor escreveu.

Mas Sagan escreve uma história sobre a plausibilidade. Não há nada de fantástico no nosso maquinário, nem no fato de que alguns países gastam quantias inimagináveis de dinheiro em armas de conquista, sejam elas mísseis nucleares ou observatórios. É apenas corriqueiro o mundo em que vivemos. E os sinais enviados pela estrela Vega (na verdade emissões de televisão que os extraterrestres receberam e que agora mandam de volta para nós, dizendo "sabemos que vocês estão aí") escancaram isso.

Ellie, a astrônoma estadunidense responsável pela descoberta, brinda com Vaygay, a autoridade soviética no assunto. "Toda aldeia é um planeta", ele diz. "Todo planeta é uma aldeia", ela complementa. Brindando ao penhasco que existe entre as aldeias / e ao canto que as une sobre os penhascos / Carl Sagan escreveu um romance profundamente humanista - no sentido mais bonito da palavra. E gostoso de ler.

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