quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

synchronoscopio

o livro não deveria valer mais do que cinco reais, e de brinde uma camisinha ou um bibelô ou um lambe-lambe
com o seu avô
na orelha do livro a pergunta "no território da poesia, cadê a graça?" que a Angélica Freitas faz, responde "E chegou o livro do Ismar", que é um livro que diz
você me diz: nunca dês um nome a um trem
sempre é outro trem a passar
eu digo: ha. Ha ha
ha ha

num poema que começa falando
você - como tantos outros - acabou
não morrendo

e que se chama "Rufus", o que deixa tudo mais bonito ainda.

Bem barato, deveria ser, como a locação daqueles filmes que ninguém quer, pra gente dar de presente com dedicatórias de "Feliz aniversário!" ou "eu te amo" ou "Força no divórcio!" e a pessoa ia abrir e ler
quase morri
não morri e engordei
hoje em dia uso samba-canção

e achar muito engraçado, ainda mais se fosse gorda

O Ismar escreveu um livro nele mesmo com corpos e versos tesudos palavras densas e cheias de vultos fogos de artifício que estouram na sua boca feito diplink mas seguros te deixam com todos os dedos, só os movem de lugar.

Deveria ser bem barato, de brinde da Brahma, no bar.

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